Nos últimos dias tenho sentido saudade, de coisas, pessoas e situações diferentes, talvez seja a tpm, eu não sei. Ou talvez o encontro ocasional, inesperado e breve com um ex-namoradinho de quando eu tinha 16, a morte de uma tia avó e todas as respostas negativas em relação ao vestibular.
Bem o encontro me fez lembrar de como eu enxergava a vida com 16 anos, me fez perceber o quanto mudei e como fiquei cética em relação a relacionamentos. Me fez perceber que é impossível voltar a sentir e a pensar como uma garota de 16 anos. Acho que isso me deprimiu um pouco.
A morte da tia avó me fez lembrar da vó Quina e do vô Anezio, bem, eu nem conhecia a senhora que estava sendo veleda mas me emocionou ver toda aquela gente humilde, aquelas senhoras parecidíssimas com a minha avó tanto na postura quanto no modo de falar. E eles rezaram o terço e eu não rezava um terço desde os meus 11 anos quando minha vó ainda era viva, eu odiava rezar terços só fazia pela vó Quina e é lógico que eu não me lembrava de como era, mas senti vontade de ficar, acompanhar, tentar e ouvir, mesmo sem acreditar e sem ter um terço (literalmente) da fé que eu sei que eles tem. E o pior é que foi legal, nem eu acreditei o quanto me fez bem rezar o terço com toda aquela parentada desconhecida.
Sobre os vestibulares, não sei o que é pior, ir mau na prova ou não passar por pouco e que se dane o que falam, eu vou estudar mais um ano, demorei 20 anos pra descobrir o quanto a geografia é legal e não vou desistir em apenas um ano.
A verdade é que tenho tido tempo de mais pra pensar, mais que para sorrir e eu acho que isso não é legal. O problema é que não consigo mais acreditar nas pessoas e nem sorrir tão facilmente e ainda por cima continuo sendo a mesma "pamonha" de quando tinha 16 só que agora sou uma pamonha sem paciência e mau-humorada. Com apenas 21 anos, ual, espero mudar isso até meus 40 anos...
3 comentários:
Às vezes fico impressionado como um simples clique num site de busca pode influenciar um momento em minha vida.
Olha, não nos conhecemos, porém, me identifiquei com suas palavras, talvez pelo simples fato de ter passado por uma situação parecida, há alguns anos atrás.
Exatamente com 21 anos de idade, tomei uma decisão essencial em minha vida: cursar Geografia. Naquele momento, por um motivo de força maior, decidi que tinha que trilhar meu caminho e, de certa forma, contribuir com à ciência geográfica de qualquer maneira possível.
Bom, não foi fácil optar por um curso tão execrado e subestimado pelas pessoas. Afinal, todo mundo acredita que a Geografia não passa de uma disciplina desinteressada da cultura geral, pois, para alguns, trata-se de uma disciplina maçante, onde o essencial é ter memória. Por outro lado, um saber estratégico em mãos de alguns, uma forma de melhor compreender o mundo para transformá-lo, uma maneira de repensar o espaço para que nele se possa agir de forma eficaz.
Bom, sou formado há alguns anos, me empolgo escrevendo sobre Geografia (você deve ter percebido),e gostaria, se possível, de trocar algumas ideias contigo.
Grato,
Rodrigo
Meu contato: crazy_cuts@hotmail.com
"A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo"
Nunca entendi esta música direito até ler seu texto, do sentimento estranho de deslocamento e estima por valores diferentes dos nossos mas que pertenceram a pessoas que gostavamos muito. Mostra que estamos ficando distante do mundo das pessoas que nos antecederam e que nos criaram que lentamente vai se indo, que tinham seus valores e cultura - o seu tempo. Vai se afastando deste tempo que ancorou nossas infâncias e vendo, espantados, nascer no lugar valores novos da nossa própria geração: o nosso próprio tempo, que ele não é lá muito bonito como aquele simples e sincero de antes mas do qual não temos como abandonar e voltar ao de antes.
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